Pequenas Descobertas

Aos poucos vamos descobrindo que acordar é muito mais do que despertar pela manhã...

Frutos do descaso

Dizem que a onda de protestos em São Paulo, iniciadas neste fim de semana, são frutos da ação irresponsável de policiais militares que resultaram na morte do adolescente de apenas 17 anos, Douglas Rodrigues.

A Sociedade e seus valores

A decadência de determinados valores em nossa sociedade nos leva a uma perda incalculável nas relações sociais.

Carlos Drummond de Andrade

Quando ele nasceu e seu Anjo o disse que ele estava fadado a ser gauche na vida, nem meus avós eram nascidos. Quando ele faleceu,eu ainda não andava nem falava.

domingo, 28 de novembro de 2010

Circuito Interações Estéticas: D. ZEFINHA E MENINAS DE SINHÁ ENCERRAM A ETAPA BELO HORIZONTE

Os grupos Dona Zefinha e Meninas de Sinhá encerram hoje, 28 de novembro, às 20h, o Circuito Interações Estéticas. Os músicos e artistas cearenses do Dona Zefinha dividem o palco com o grupo belo-horizontino Meninas de Sinhá na lona da Funarte MG. As apresentações dos grupos têm agradado o público em todo país, com a proposta de reunir música e teatro.

O guitarrista e cantor do grupo Dona Zefinha, Orlângelo Leal, conta que o grupo começou seu trabalho com o teatro de rua, integrando posteriormente a música nas apresentações. Várias canções foram compostas para serem apresentadas nos espetáculos do grupo pelo Brasil.

Confira entrevista completa com Orlângelo Leal e o grupo Dona Zefinha.


Meninas de Sinhá

Rosária Andrade, de 63 anos, conta com entusiasmo a história do grupo Meninas de Sinhá, formado por senhoras do antigo Lar Feliz, que já se apresentou em várias cidades e inspirou o surgimento de novos grupos com a mesma proposta. “Nós fazíamos artesanato como terapia ocupacional. Um dia, notando a necessidade de levar alegria às donas de casa, Valdete da Silva, fundadora do grupo, pediu que cada uma de nós trouxesse, no dia seguinte, uma cantiga de roda do tempo da infância e assim surgiu o grupo”.

Para Bernardina Sena, a Seninha, de 64 anos, participar do grupo traz muita alegria a todos os integrantes. “O grupo é de grande importância para levantar a auto-estima. Conversamos, trocamos experiências e isso tem motivado muito as participantes. Muitas delas voltaram a estudar e estão muito felizes”, comentou.

Saiba mais:


Por: Graziele Lopes

sábado, 27 de novembro de 2010

Grafite: A arte está em todo lugar

Por Graziele Lopes

Na manhã de hoje, 27 de novembro, tive a oportunidade de estar em contato com a arte do grafite, durante o Circuito de Interações Estéticas. A oficina “Caminhos Cruzados: Grafitti na Cena”, conduzida pelo grafiteiro Emol, encantou a mim e a todos que participaram. Foi importante observar crianças, adolescentes e adultos se interagindo e discutindo um assunto que faz parte da nossa realidade social e que quase sempre é apontado como vandalismo.

Emol contou a história do grafite, que se iniciou entre as décadas de 60 e 70, e mostrou estilos e diferenças na forma de escrever dessa arte pouco conhecida pela nossa sociedade. Nas explicações do grafiteiro, grafite e pichação são duas manifestações artísticas que se distinguem na forma de expressão, mas que tem o mesmo ideal: o uso do espaço urbano.

E de onde surgiu a ideia de que grafite é arte e pichação é vandalismo? Emol explica que este conceito foi elaborado pela mídia e por críticos, criando uma ideia de que grafite era desenho, algo mais artístico, e não tinha o mesmo objetivo “depredatório” da pichação.

Na verdade, pouco se sabe sobre a arte que se manifesta nos muros das cidades. Poder entender isso foi muito gratificante, já que os traços deixados pelos autores desconhecidos sempre me chamaram a atenção. Agora compreendo que os grafiteiros e pichadores querem mostrar suas ideias, suas sensações e desejos usando latas de spray, rolos de tinta e outras ferramentas específicas. Essa é a forma que eles encontram para se expressar.

Com objetivo de aproximar ainda mais os participantes da oficina ao mundo dos grafiteiros, fomos convidados a pintar um muro, como eles fazem. O ator e percussionista Luciano Mendes, que ajudou a coordenar a oficina, contou a história de um grafiteiro que se inspirou na lua para fazer sua arte, mas que se vê limitado para fazer uma nova pintura quando sua tinta acaba. Tudo o que ele consegue fazer são os três pontos das reticências.

Para continuar o trabalho do jovem, fomos convidados a pintar o muro no interior da sede da Funarte MG usando tintas de spray, ao som da música de rua.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Circuito Interações Estéticas: COM ABORDAGEM CONTEMPORÂNEA, ANTÍGONA CONQUISTA PÚBLICO DE BH

O grupo Teatro da Neura encantou a plateia na noite de sexta-feira, 26 de novembro, com a peça “Antígona, de Sófocles”. A apresentação conta a tragédia ocorrida na família de Antígona, que teve seus irmãos mortos na guerra de Tebas. Um de seus irmãos foi considerado traidor da pátria e recebe como condenação ter seu corpo exposto sem direito a enterro. Não concordando com a situação, Antígona desafia o chefe de Estado, Creonte, e enterra o irmão.

A história se passa na Grécia Antiga, durante a guerra de Tebas, e é relacionada aos problemas atuais. Em uma passagem da peça, quando o chefe de Estado, Creonte, quer mostrar para o povo que, apesar de a guerra deixar muitos mortos, havia países em conflitos que matavam muito mais, entregou ao “seu povo” um jornal atual com a capa abordando os ataques dos últimos dias no Rio de Janeiro.

A atriz Kátia Manfredi diz que o objetivo de contextualizar a peça para os tempos atuais é chamar a atenção das pessoas para os problemas existentes na sociedade. “Apesar de ser uma tragédia grega, a história é contemporânea. Queremos mostrar isso, alertar as pessoas”, explicou ela.

O grupo também faz uma crítica ao papel de alguns jornalistas no processo eleitoral que ocorreu este ano. “Criticamos o papel da imprensa e a forma como ela transmite a informação para as pessoas”, contou Kátia.

Em um momento do espetáculo, a plateia é convidada a interagir. Os presentes puderam lançar desafios e criar situações inusitadas para os atores. O público aprovou a apresentação e aplaudiu de pé. “O espetáculo foi magnífico. Todos são artistas preparados e têm uma crítica política muito bem construída”, comentou o estudante universitário Luiz Oliveira.

Saiba mais:

Por Graziele Lopes

sábado, 6 de novembro de 2010

Bebê























































segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Uma lâmina

Era para ser só mais um dia de trabalho, cansaço e de trânsito ruim. Eu precisava pegar um segundo ônibus, que por sinal não passava. Nada de especial havia acontecido até então, ou talvez eu estivesse muito ocupada para perceber. Minutos após naquela angustia enorme, percebi que escorria água no canto da calçada. Era apenas uma sexta-feira, antes do feriado prolongado, o trânsito estava ruim e uma água escorria, nada de especial nisso.

Foi então que observei que da correnteza saiu uma lâmina d’água. Frágil e quase desanimando, ela seguia, paralelamente, o mesmo curso do fluxo maior. Aos pouco ela ganhou força, pegou embalo e contornou pequenos buracos do asfalto quente, daquela noite de quase novembro. E eu ali, apenas observando.

Mais adiante, a pequena lâmina se encontrou com uma folha, que parecia ser de eucalipto, passou por baixo, mas não se rendeu. A pequena folha, também brava em sua causa, não se arredou com a ameaça da água, ou talvez nem fosse ameaça. O fato é que ela serviu de ponte e a lâmina se transformou em um rio. Mais à frente, outros obstáculos foram contornados, sem alterar o curso do corajoso fio d’água que se seguia firmemente.

Em um determinado momento, a lâmina se encontrou um com o fluxo d’água maior. Estava ali o fim da jornada. Mas isso foi o que pensei. O fio saiu intacto e ainda mais forte, sem se render ao volume maior que queria absorvê-lo. E seguiu, até onde pude ver, fiel aos seus ideais.

Era só um fio d’água, mas poderia ser eu...

PS.: Este pequeno milagre aconteceu no início da noite de sexta-feira, 29 de outubro de 2010. Deixei de lado o desanimo e o cansaço, e só então pude perceber que pequenas e grandes conquistas ocorrem todos os dias, todas as horas, mas estou sempre muito ocupada para perceber.

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