sábado, 27 de novembro de 2010

Grafite: A arte está em todo lugar

Por Graziele Lopes

Na manhã de hoje, 27 de novembro, tive a oportunidade de estar em contato com a arte do grafite, durante o Circuito de Interações Estéticas. A oficina “Caminhos Cruzados: Grafitti na Cena”, conduzida pelo grafiteiro Emol, encantou a mim e a todos que participaram. Foi importante observar crianças, adolescentes e adultos se interagindo e discutindo um assunto que faz parte da nossa realidade social e que quase sempre é apontado como vandalismo.

Emol contou a história do grafite, que se iniciou entre as décadas de 60 e 70, e mostrou estilos e diferenças na forma de escrever dessa arte pouco conhecida pela nossa sociedade. Nas explicações do grafiteiro, grafite e pichação são duas manifestações artísticas que se distinguem na forma de expressão, mas que tem o mesmo ideal: o uso do espaço urbano.

E de onde surgiu a ideia de que grafite é arte e pichação é vandalismo? Emol explica que este conceito foi elaborado pela mídia e por críticos, criando uma ideia de que grafite era desenho, algo mais artístico, e não tinha o mesmo objetivo “depredatório” da pichação.

Na verdade, pouco se sabe sobre a arte que se manifesta nos muros das cidades. Poder entender isso foi muito gratificante, já que os traços deixados pelos autores desconhecidos sempre me chamaram a atenção. Agora compreendo que os grafiteiros e pichadores querem mostrar suas ideias, suas sensações e desejos usando latas de spray, rolos de tinta e outras ferramentas específicas. Essa é a forma que eles encontram para se expressar.

Com objetivo de aproximar ainda mais os participantes da oficina ao mundo dos grafiteiros, fomos convidados a pintar um muro, como eles fazem. O ator e percussionista Luciano Mendes, que ajudou a coordenar a oficina, contou a história de um grafiteiro que se inspirou na lua para fazer sua arte, mas que se vê limitado para fazer uma nova pintura quando sua tinta acaba. Tudo o que ele consegue fazer são os três pontos das reticências.

Para continuar o trabalho do jovem, fomos convidados a pintar o muro no interior da sede da Funarte MG usando tintas de spray, ao som da música de rua.

0 comentários:

Visitas